Vivemos em uma era em que o crédito está ao alcance de um clique, mas a facilidade nem sempre traz benefício. O hábito de parcelar compras sem um plano sólido pode se transformar em uma armadilha financeira, comprometendo sonhos e metas.
Este artigo vai ajudá-lo a entender as estatísticas mais relevantes, as vantagens e riscos do parcelamento e, principalmente, dicas práticas para crédito consciente.
Segundo dados recentes, 68,6% dos consumidores brasileiros utilizam cartão de crédito como principal forma de pagamento. Desses, 69% parcelam compras e 41,7% recorrem ao recurso semanalmente. A prática tem se tornado parte do dia a dia, seja na compra de eletrodomésticos, móveis ou até mesmo no supermercado.
Embora 27,5% dos brasileiros digam usar o parcelamento para controlar suas finanças, a maioria ainda prefere pagar à vista. Entre os que optam por dividir o valor, os métodos mais populares são:
O parcelamento sem juros representa 41% do valor transacionado no cartão de crédito e, em lojas físicas, quase metade das compras parceladas (49,5%) utiliza essa modalidade.
Os itens de maior valor, como móveis e eletrônicos, lideram o ranking, mas há um crescimento no hábito de dividir contas de produtos de valor mais baixo, como vestuário e alimentos. Uma mudança significativa que reflete tanto a busca por conveniência quanto a fragilidade do orçamento de muitos consumidores.
Estes valores demonstram que o parcelamento deixou de ser privilégio de artigos caros e passou a contemplar despesas do cotidiano.
Entre as principais vantagens estão a possibilidade de adquirir bens duráveis sem comprometer o caixa imediato e lidar melhor com emergências. Em situações pontuais, essa ferramenta pode ser estratégica.
No entanto, a ausência de critério pode levar a gastos além da capacidade de pagamento, gerando múltiplas parcelas simultâneas e, consequentemente, maior risco de inadimplência.
Muitos consumidores acreditam que o parcelamento sem juros é isento de custos. Na prática, as taxas cobradas pelo lojista na antecipação do recebível são incorporadas ao preço final dos produtos, tanto à vista quanto parcelados.
Estudos mostram que, sem essa modalidade, o custo do crédito subiria cerca de 35% e poderia haver retração de até 27% no volume de vendas, afetando R$ 190 bilhões no varejo. Porém, para quem não planeja adequadamente, o impacto pode ser ainda maior.
O uso indiscriminado do parcelamento indica, muitas vezes, falta de planejamento financeiro. Sem um orçamento claro, as prestações se acumulam, sofrem reajustes por atraso e podem levar ao endividamento crônico.
Dados revelam que quem parcela compras de supermercado tem taxa de inadimplência 30% maior do que quem paga à vista. Este comportamento pode comprometer a qualidade de vida, reduzir a capacidade de lidar com emergências e gerar um ciclo difícil de interromper.
Evitar o parcelamento desenfreado é possível com algumas estratégias simples. A seguir, veja recomendações para usar o crédito de forma responsável:
Existem situações em que dividir o valor é vantajoso e não compromete seu orçamento:
Nestes casos, certifique-se de que as parcelas caibam confortavelmente no seu orçamento sem prejudicar outras contas.
Com a expansão do Pix parcelado e dos pagamentos por aproximação, o acesso ao crédito se amplia ainda mais. Esse cenário exige consciência e disciplina financeira por parte do consumidor, que precisa avaliar cada escolha antes de assumir um compromisso de longo prazo.
Empresas e fintechs desenvolvem ferramentas de controle, alertas automáticos e limites personalizados para ajudar na gestão de despesas parceladas, reforçando a importância do uso responsável.
Evitar o parcelamento sem critério é um passo essencial rumo à saúde financeira duradoura. Com planejamento, informação e disciplina, é possível aproveitar os benefícios do crédito sem enredar-se em dívidas intermináveis.
Referências