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Evite pegar empréstimos para gastos recorrentes

Evite pegar empréstimos para gastos recorrentes

15/05/2025 - 02:48
Yago Dias
Evite pegar empréstimos para gastos recorrentes

No Brasil, o acesso facilitado a linhas de crédito se tornou parte do cotidiano. Segundo dados do Banco Central e de entidades de proteção ao crédito, cerca de 70% das famílias brasileiras possuem algum tipo de dívida.

Em muitas situações, o crédito parece uma tábua de salvação para fechar as contas mensais. No entanto, recorrer a empréstimos para custear despesas do dia a dia pode levar a um ciclo vicioso difícil de reverter.

O cenário do endividamento no Brasil

O crescimento do consumo financiado por cartões de crédito, cheque especial e empréstimos pessoais trouxe modernidade às transações, mas também elevou o nível de endividamento familiar. Em 2023 e 2024, especialmente em meses de maior gasto, muitas famílias utilizaram crédito rotativo para cobrir despesas básicas como alimentação, contas de água e luz.

Embora empréstimos e financiamentos sejam válidos para projetos de médio e longo prazo — como aquisição de imóvel, investimentos em educação ou expansão de negócios —, seu uso recorrente em despesas fixas gera o risco de superendividamento.

Os perigos de abusar do crédito para despesas do dia a dia

Quando um empréstimo é contraído para pagar o supermercado, o aluguel ou contas mensais, a família inicia um ciclo de endividamento sem fim. Os juros aplicados sobre parcelas elevam o montante devido, comprometendo o orçamento dos meses seguintes.

  • Acúmulo de parcelas que se sobrepõem às despesas fixas.
  • Juros que crescem exponencialmente em produtos rotativos.
  • Perda de clareza sobre o valor real da dívida.
  • Comprometimento da saúde emocional e do convívio familiar.

Como funcionam os juros e o risco do crédito rotativo

Os juros do crédito rotativo do cartão de crédito e do cheque especial são compostos e podem disparar em questão de meses. A cobrança diária de encargos onera ainda mais quem já enfrenta dificuldades de pagamento.

Essa realidade torna evidente o impacto dos juros compostos em alta velocidade, transformando dívidas de curto prazo em obrigações de longo prazo quase impagáveis.

Dívidas saudáveis vs. dívidas perigosas

Nem toda dívida é prejudicial. As chamadas “dívidas boas” geram retorno futuro e podem ser consideradas investimentos, por exemplo:

  • Financiamento de imóvel ou veículo com planejamento.
  • Empréstimos estudantis para formação profissional.
  • Recursos para expansão produtiva em pequenos negócios.

Já as “dívidas ruins” são aquelas contraídas para cobrir despesas do cotidiano, sem geração de patrimônio ou valor agregado, perpetuando um ciclo financeiro negativo.

Consequências do endividamento recorrente

O acúmulo de dívidas de consumo pode resultar em inscrição nos cadastros de inadimplentes (Serasa, SPC), redução significativa do score de crédito e restrições para acessar financiamentos ou linhas de crédito em condições vantajosas.

Além disso, a dificuldade de sair do vermelho se agrava quando as parcelas pagas não reduzem o principal da dívida, apenas cobrem os juros, mantendo o consumidor preso a prestações mensais.

Outro ponto crítico é o comprometimento da saúde familiar, com aumento do estresse, conflitos frequentes e sensação constante de insegurança em relação ao futuro financeiro.

Alternativas práticas para ajustar suas finanças

Antes de recorrer a um novo empréstimo, avalie seriamente seu orçamento. Utilizar ferramentas de planejamento financeiro prático pode ajudar a compreender onde ocorrem os maiores gastos e como realocar recursos.

É fundamental elaborar e manter uma construção de um orçamento realista, separando claramente despesas fixas, variáveis e aportes para reserva de emergência.

  • Elabore um orçamento detalhado e acompanhe-o diariamente.
  • Constitua uma reserva de emergência financeira eficaz para imprevistos.
  • Identifique e corte gastos supérfluos, ajustando hábitos de consumo.
  • Renegocie suas dívidas junto a credores, buscando melhores prazos e taxas.
  • Procure auxílio de profissionais ou cursos de educação financeira.

Adotar essas práticas permite reduzir a dependência de crédito rotativo e cartões, trazendo mais segurança e tranquilidade ao seu dia a dia.

Por fim, lembre-se de que reserva de emergência financeira eficaz e disciplina são pilares para manter as finanças equilibradas. Evite a armadilha de empréstimos recorrentes e construa um futuro financeiro estabele e livre de dívidas desnecessárias.

Yago Dias

Sobre o Autor: Yago Dias

Yago Dias