Em 2025, os dados apontam para um cenário de perspectiva de desaceleração da atividade no Brasil. O desafio agora é entender esses sinais e agir com proatividade.
Com base em projeções do Banco Central, Ministério da Fazenda e pesquisa Focus, este artigo oferece uma análise completa e sugestões práticas para diferentes agentes econômicos, visando fortalecer a resiliência econômica diante de desafios internos e externos.
Apesar de uma leve revisão para cima na projeção do PIB 2025, de 1,9% para 2,1%, a autoridade monetária destaca a influência de fatores internos e externos na moderação do ritmo de crescimento. Em 2024, o Brasil cresceu 3,4%, mas o primeiro trimestre de 2025 registrou apenas 1,4%, caindo para 0,8% ao desconsiderar o setor agropecuário.
O Ministério da Fazenda estima até 2,4% de expansão para este ano, enquanto o Focus aponta 2,21%. Ainda assim, todos concordam em apontar uma tendência de perda de fôlego ao longo dos quatro trimestres seguintes.
Cada principal setor da economia mostra um ritmo diferente, mas todos refletem a desaceleração gradual:
O Monitor do PIB da FGV registrou retração de 0,4% em abril, maior queda mensal desde outubro de 2024, enquanto o IBC-Br subiu apenas 0,2%. Esses indicadores antecedem movimentos futuros e reforçam a necessidade de importância do planejamento estratégico nas empresas.
A projeção de inflação (IPCA) caiu de 5,1% para 4,9% segundo o BC, mas a meta central ainda é 3%. O boletim Focus indica 5,24% para 2025 e 4,5% em 2026. A taxa Selic, em 14,75% ao ano, mantém o crédito caro e ambiente de crédito mais restrito, limitando investimentos e consumo.
O BC revisou a expansão do crédito para 8,5% em 2025 (de 7,7%), com famílias devendo receber até 9,3%. Alterações nas regras do consignado podem mitigar o aperto, mas demandam decisões cautelosas.
O emprego mostrou maior aquecimento no início do segundo trimestre, sustentando o consumo das famílias. Contudo, com a desaceleração do PIB e o crédito mais caro, espera-se moderação no consumo familiar ao longo do ano.
Para as empresas, isso significa ajustar estoques, rever políticas de preços e buscar foco na inovação e tecnologia para se distinguir em um ambiente mais competitivo e cauteloso.
O cenário internacional contribui para o clima de incerteza. Tensões geopolíticas, aperto nas condições financeiras globais e menor crescimento mundial tendem a limitar as exportações brasileiras e elevar o custo de financiamento.
Projeta-se déficit em transações correntes de US$ 58 bilhões e investimentos diretos mantidos em US$ 70 bilhões em 2025. O dólar deve fechar o ano a R$ 5,72, reduzindo a vantagem cambial para exportadores.
Mesmo em um contexto de crescimento desacelerado, há oportunidades para diferentes agentes:
As projeções para 2026 apontam PIB de 1,85%, abaixo dos 2,21% esperados para 2025. A CNI projeta 2,3% para 2025, o menor em cinco anos, reforçando a necessidade de ações estruturantes.
No médio prazo, a agenda inclui reformas tributária e administrativa, ampliação de infraestrutura e investimentos em educação e tecnologia, para fortalecer a resiliência econômica e retomar patamares de crescimento mais elevados.
Os indicadores econômicos de 2025 sinalizam uma desaceleração gradual, com menor dinamismo setorial, inflação moderando e crédito mais restrito.
Entretanto, com uma postura proativa, planejamento cuidadoso e ajuste de estratégias, é possível enfrentar o cenário de forma eficaz. Afinal, em meio a desafios, também surgem oportunidades de inovação e crescimento sustentável.
Agentes públicos e privados devem atuar de forma coordenada, adotando medidas que estimulem a produtividade e preservem a estabilidade macroeconômica. Assim, será possível não apenas atravessar o período de desaceleração, mas preparar o terreno para a próxima fase de expansão.
Referências