O endividamento no cartão de crédito é uma realidade crescente no Brasil e pode se tornar um ciclo difícil de romper. Sem um plano estruturado, a combinação de faturas altas, juros elevados e encargos crescentes torna qualquer dívida quase intransponível.
Segundo o Banco Central, em 2023 os brasileiros somaram cerca de R$ 141 bilhões em dívidas com cartões. Esse montante reflete não apenas a crise econômica, mas também a falta de estratégias para controlar gastos e renegociar dívidas em tempo hábil.
O crédito rotativo do cartão pode ultrapassar 400% ao ano, criando uma dívida praticamente impagável para quem não toma medidas imediatas. A cada mês sem pagamento integral, os juros são capitalizados, gerando um efeito de bola de neve.
O resultado: consumidores veem suas dívidas crescerem de forma acelerada, muitas vezes sem conseguir sequer pagar os juros mensais. Antes de chegar ao ponto de negativação do nome, é fundamental entender como funciona a negociação e quais vantagens ela oferece.
Negociar a dívida com antecedência traz benefícios que vão muito além de simplesmente reduzir valores. Entre os principais ganhos, destacam-se:
1. Evitar o acúmulo de juros compostos e encargos que podem dobrar o valor original em pouco tempo.
2. Preservar o score de crédito saudável, facilitando futuras operações financeiras, como empréstimos e financiamentos.
3. Obter parcelas que caibam no orçamento, ajustando valores e prazos de pagamento conforme a capacidade real de cada pessoa.
Renegociar a dívida é, acima de tudo, um diálogo estruturado entre o titular do cartão e a instituição financeira. O objetivo é reajustar prazos, reduzir taxas de juros e, em muitos casos, obter descontos significativos.
O contato pode ser realizado pelos canais oficiais da operadora: telefone, aplicativo, internet banking ou presencialmente em agências e lojas conveniadas. Em cada canal, é possível simular propostas e escolher a melhor alternativa.
Ao buscar um acordo, esteja pronto para apresentar uma proposta clara e objetiva. Ofereça o maior valor à vista que puder, pois isso costuma resultar em maiores descontos nos juros.
Não comprometa recursos destinados às necessidades básicas, como moradia e alimentação. Exija transparência: solicite detalhamento de taxas, valores totais e datas de vencimento, conforme orientação do Banco Central.
Evite fazer novas compras parceladas enquanto estiver com o acordo vigente para não perder o controle financeiro.
Caso a operadora se recuse injustificadamente a negociar ou pratique cobranças abusivas, procure o Procon para mediação gratuita. Se sua dívida estiver em disputa judicial ou envolver cláusulas questionáveis, a Defensoria Pública pode oferecer orientação e defesa sem custos.
Consumidores relatam descontos de até 80% ou 90% em quitação à vista com bancos ou via BLU365. Em outros casos, é possível parcelar em até 48 meses com redução significativa das taxas, dependendo do perfil.
Esses resultados mostram que, ao adotar uma postura proativa, é possível transformar uma dívida impagável em compromissos sustentáveis ao orçamento familiar.
Formalize sempre todo acordo, anotando protocolos de atendimento e guardando comprovantes. O não cumprimento das novas condições pode levar à perda de benefícios conquistados.
Mantenha disciplina financeira: evite novas dívidas, utilize o cartão com responsabilidade e programe gastos futuros para não repetir o ciclo de endividamento.
Com planejamento e negociação, é possível retomar o controle das finanças e caminhar rumo à estabilidade econômica.
Referências