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Setor bancário passa por transformação digital acelerada

Setor bancário passa por transformação digital acelerada

15/06/2025 - 13:39
Fabio Henrique
Setor bancário passa por transformação digital acelerada

O setor bancário brasileiro vive uma era de mudanças sem precedentes, marcada por inovações tecnológicas e novas demandas dos consumidores.

Ao longo da última década, redesenharam-se processos, remodelaram-se estratégias e redefiniram-se as relações entre instituições financeiras e seus clientes.

Panorama da evolução digital no Brasil

Entre 2014 e 2023, houve um salto impressionante na adesão a serviços digitais: de 54% para mais de 70% dos brasileiros utilizando plataformas online para suas finanças.

Em 2023, as transações digitais representaram 80% de todas as operações bancárias, consolidando a preferência por canais eletrônicos.

Esse cenário foi impulsionado por três fatores principais:

  • Ampliação do acesso à internet móvel e maior penetração de smartphones.
  • Reformas regulatórias que estimularam a competição e a inovação.
  • Demanda por experiências mais ágeis e transparentes.

O papel revolucionário do Pix

Lançado em novembro de 2020 pelo Banco Central, o sistema de pagamentos instantâneos Pix transformou a forma de transacionar valores no Brasil.

Em dezembro de 2024, já contabilizava 172,6 milhões de usuários cadastrados, equivalente a cerca de 75% da população, e processou 57 bilhões de transações ao longo do ano.

No recorde de 6 de junho de 2025, 276,7 milhões de operações foram realizadas em um único dia, totalizando R$ 135,6 bilhões movimentados.

Esses resultados evidenciam a consolidação do Pix como meio de pagamento preferido, contribuindo para a inclusão bancária e autonomia financeira de milhões de brasileiros.

Investimentos em tecnologia e inovação

Para acompanhar essa revolução, os bancos brasileiros ampliaram significativamente seus orçamentos de tecnologia. Em 2025, preveram investir R$ 47,8 bilhões em TI, com destaque para:

  • Inteligência artificial generativa e chatbots para atendimento 24/7.
  • Analytics e big data para compreensão aprofundada do cliente.
  • Migração de sistemas legados para plataformas em nuvem.

O aporte em IA, analytics e big data cresceu 61% em um ano, enquanto a migração para nuvem avançou 59%, demonstrando que a busca por eficiência e escalabilidade é prioridade.

Ascensão das fintechs e o impacto regulatório

O ecossistema fintech brasileiro se destacou por oferecer interfaces acessíveis e tarifas competitivas, forçando bancos tradicionais a inovar.

Startups focaram em nichos como crédito rápido, soluções de pagamento e investimentos automatizados, atraindo clientes com propostas ágeis e personalizadas.

Políticas como Open Banking e Open Finance, implementadas em fases a partir de 2021, ampliaram a concorrência ao:

  1. Permitir compartilhamento seguro de dados financeiros entre instituições.
  2. Estimular a criação de novos produtos e integradores de serviços financeiros.
  3. Reduzir custos e aumentar opções para o consumidor.

Essas medidas transformaram o setor, criando um ambiente fértil para parcerias inovadoras e modelos de negócio colaborativos.

Mudanças no comportamento do consumidor

O brasileiro moderno valoriza autonomia nas suas operações financeiras, buscando soluções flexíveis que se adaptem ao seu estilo de vida.

O mobile banking consolidou-se como principal canal de interação, respondendo por 75% das movimentações financeiras em 2025.

Clientes já não toleram processos burocráticos ou demorados: esperam respostas instantâneas, ofertas customizadas e segurança robusta.

Esse novo perfil de usuário impulsiona bancos a investir em usabilidade, design centrado no cliente e sistemas de prevenção a fraudes cada vez mais sofisticados.

Desafios e perspectivas futuras

Apesar dos avanços, o setor enfrenta obstáculos como a proteção de dados sensíveis e a necessidade de melhorias na infraestrutura de redes em regiões remotas.

Para se manterem competitivas, as instituições devem focar em:

  • Fortalecer a cibersegurança com inteligência artificial preditiva.
  • Expandir parcerias com fintechs e provedores de tecnologia.
  • Aprimorar a experiência omnichannel, integrando físico e digital.

O futuro reserva ainda mais inovação: modelos de Open Finance evoluirão, surgirão serviços financeiros integrados em aplicativos de redes sociais e soluções de pagamentos embutidas em assistentes virtuais.

Com investimento contínuo em tecnologia, foco no cliente e adaptação rápida a novas tendências, o setor bancário brasileiro tem potencial para se consolidar como referência global em serviços financeiros digitais.

Fabio Henrique

Sobre o Autor: Fabio Henrique

Fabio Henrique