A atual onda de desglobalização redefine investimentos e cadeias produtivas, exigindo adaptação imediata de governos e empresas.
Após décadas de intensificação da economia global, surge a Desglobalização 2.0, marcada por políticas protecionistas, crises sanitárias e disputas geopolíticas. A pandemia de COVID-19 escancarou a vulnerabilidade de cadeias globais longas e gerou rupturas logísticas sem precedentes.
Adicionalmente, conflitos militares, especialmente a guerra na Ucrânia, e a escalada de guerras comerciais entre EUA e China impulsionam governos a priorizar a segurança no abastecimento em detrimento da eficiência estrita.
O movimento de retirada de investimentos internacionais vem ganhando força. Investidores estão optando por realocar recursos em mercados domésticos ou em regiões vizinhas, pressionando economias emergentes que sofrem com volatilidade financeira e câmbio instável.
Fatores políticos, como a expectativa de retorno de tarifas protecionistas sob a presidência de Donald Trump, promovem o reshoring de indústrias americanas. Analogamente, avanços em automação e digitalização permitem que a produção seja descentralizada sem perder eficiência.
Ao mesmo tempo, a pauta ambiental pressiona por uma agenda energética sustentável, levando países e empresas a buscar fontes locais de energia renovável e reduzir a dependência de combustíveis fósseis importados.
A desglobalização 2.0 redefine a estrutura produtiva global, exigindo inovação e resiliência em diversos setores:
Com base robusta em commodities e indústria, o Brasil pode aproveitar a desglobalização para se tornar um polo industrial e tecnológico regional. A chave está em políticas públicas que incentivem a transformação estrutural e inovadora de empresas nacionais.
Entretanto, essa trajetória exige planejamento de longo prazo e diálogo constante com o setor privado para alinhar metas de sustentabilidade, produtividade e inclusão social.
À medida que a desglobalização avança, cresce a necessidade de adaptação rápida. Países e empresas que priorizarem resiliência nas cadeias produtivas e inovação tecnológica estarão melhor posicionados para aproveitar as novas oportunidades.
Para o Brasil, o momento é de ação imediata: promover reformas estruturais, fortalecer instituições e fomentar a colaboração público-privada. Assim, será possível converter riscos em vantagens competitivas e garantir um papel de liderança no cenário global até 2025 e além.
Referências