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Tendência de desglobalização altera fluxo de capitais

Tendência de desglobalização altera fluxo de capitais

10/08/2025 - 10:29
Fabio Henrique
Tendência de desglobalização altera fluxo de capitais

A atual onda de desglobalização redefine investimentos e cadeias produtivas, exigindo adaptação imediata de governos e empresas.

Introdução à desglobalização 2.0

Após décadas de intensificação da economia global, surge a Desglobalização 2.0, marcada por políticas protecionistas, crises sanitárias e disputas geopolíticas. A pandemia de COVID-19 escancarou a vulnerabilidade de cadeias globais longas e gerou rupturas logísticas sem precedentes.

Adicionalmente, conflitos militares, especialmente a guerra na Ucrânia, e a escalada de guerras comerciais entre EUA e China impulsionam governos a priorizar a segurança no abastecimento em detrimento da eficiência estrita.

Redefinição do fluxo de capitais globais

O movimento de retirada de investimentos internacionais vem ganhando força. Investidores estão optando por realocar recursos em mercados domésticos ou em regiões vizinhas, pressionando economias emergentes que sofrem com volatilidade financeira e câmbio instável.

  • Retração significativa do Investimento Estrangeiro Direto (IED).
  • Regionalização de acordos bilaterais, substituindo o multilateralismo.
  • Maior aversão ao risco em setores estratégicos como tecnologia e energia.

Fatores geopolíticos e tecnológicos

Fatores políticos, como a expectativa de retorno de tarifas protecionistas sob a presidência de Donald Trump, promovem o reshoring de indústrias americanas. Analogamente, avanços em automação e digitalização permitem que a produção seja descentralizada sem perder eficiência.

Ao mesmo tempo, a pauta ambiental pressiona por uma agenda energética sustentável, levando países e empresas a buscar fontes locais de energia renovável e reduzir a dependência de combustíveis fósseis importados.

Exemplos práticos em regiões-chave

  • Estados Unidos: fortalecimento de incentivos ao retorno de fábricas, tensionando relações com México e Canadá.
  • União Europeia: foco em segurança energética e diversificação de fornecedores após choque de preços do gás russo.
  • Ásia e Índia: menor dependência de cadeias longas, atraindo investimentos na área de semicondutores e manufatura leve.

Impactos setoriais

A desglobalização 2.0 redefine a estrutura produtiva global, exigindo inovação e resiliência em diversos setores:

O Brasil na nova ordem econômica

Com base robusta em commodities e indústria, o Brasil pode aproveitar a desglobalização para se tornar um polo industrial e tecnológico regional. A chave está em políticas públicas que incentivem a transformação estrutural e inovadora de empresas nacionais.

  • Investir em pesquisa e desenvolvimento para produtos de alto valor agregado.
  • Oferecer incentivos fiscais e financiamento para reshoring de operações.
  • Criar parcerias estratégicas com blocos regionais para exportar tecnologia.

Entretanto, essa trajetória exige planejamento de longo prazo e diálogo constante com o setor privado para alinhar metas de sustentabilidade, produtividade e inclusão social.

Conclusão e perspectivas para 2025

À medida que a desglobalização avança, cresce a necessidade de adaptação rápida. Países e empresas que priorizarem resiliência nas cadeias produtivas e inovação tecnológica estarão melhor posicionados para aproveitar as novas oportunidades.

Para o Brasil, o momento é de ação imediata: promover reformas estruturais, fortalecer instituições e fomentar a colaboração público-privada. Assim, será possível converter riscos em vantagens competitivas e garantir um papel de liderança no cenário global até 2025 e além.

Fabio Henrique

Sobre o Autor: Fabio Henrique

Fabio Henrique