Em um cenário global cada vez mais incerto, a volatilidade histórica dos mercados alcança índices surpreendentes em 2025. Ativos que ontem estavam em alta podem sofrer correções drásticas após anúncios inesperados. Em meio a esse panorama, a disciplina nos investimentos torna-se o principal diferencial entre perdas aceleradas e ganhos sustentáveis.
Volatilidade é a variação nos preços dos ativos ao longo do tempo, refletindo o grau de risco e incerteza presente no mercado financeiro. Emissão de tarifas, avanços em inteligência artificial e eventos geopolíticos contribuem para oscilações fortes e repentinas.
No primeiro semestre de 2025, notícias sobre políticas tarifárias dos EUA e novos desenvolvimentos em IA elevaram a tensão entre investidores. Essas notícias de impacto global passaram a surgir aos finais de semana, gerando uma sequência de movimentos bruscos às segundas-feiras que surpreendem até os profissionais mais experientes.
Um exemplo emblemático ocorreu quando as ações da Nvidia caíram 17% em um único pregão, alimentando um ciclo de medo e venda generalizada nas bolsas de tecnologia.
Apesar do ambiente global turbulento, o Ibovespa apresenta resiliência. A projeção indica um crescimento de 9,76% no LPA em 2025, impulsionado pelos setores financeiro e imobiliário. Contudo, os juros reais acima de 7% – patamar mais elevado da última década – reduzem o apetite por risco, exigindo maior seletividade na escolha de ações.
Enquanto segmentos como o imobiliário e o financeiro registram ganhos expressivos, a indústria permanece abaixo da performance média, refletindo custos de produção elevados e competição externa.
Esse contraste entre a volatilidade global e o desempenho local reforça a necessidade de estratégias focadas em oportunidades de médio e longo prazo, aproveitando correções pontuais sem comprometer a carteira.
As oscilações severas podem gerar correntes de realização de lucros em papéis previamente valorizados, elevando o risco de entrar em operações no momento errado. Ao mesmo tempo, períodos de queda oferecem janelas valiosas para aquisição de ativos com fundamentos sólidos.
Investidores que aguardam a recuperação de empresas com histórico de crescimento podem capturar retornos acima da média, desde que cumpram uma análise criteriosa e evitem decisões impulsivas baseadas apenas em ruídos de mercado.
Esses pilares ajudam a transformar a incerteza em um aliado, permitindo que o investidor identifique oportunidades de entrada e saída com maior assertividade, reduzindo o impacto de movimentos extremos.
O ambiente de elevada volatilidade tende a persistir no curto prazo, principalmente enquanto as políticas tarifárias e os avanços em IA permanecerem no centro das atenções. No entanto, para quem mantém disciplina, há potencial de ganhos superiores à média histórica.
Em um horizonte de médio e longo prazo, a expectativa de redução gradual dos juros internacionais, combinada com uma possível queda da Selic no Brasil, deve gerar rotacionamento de carteiras em direção a ativos emergentes. Investidores que se posicionarem de forma seletiva podem se beneficiar desse fluxo global.
No final, a maior volatilidade exige não apenas coragem, mas sobretudo disciplina e preparação. Ao adotar práticas rígidas de gerenciamento de risco e manter a mente focada em objetivos de longo prazo, é possível atravessar tempestades de mercado e alcançar resultados consistentes.
Em 2025, o sucesso nos investimentos não será exclusivo dos que perseguem ganhos rápidos, mas daqueles que entendem a dinâmica da volatilidade e a utilizam como instrumento para fortalecer suas carteiras.
Referências